O urutau, também conhecido como mãe-da-lua, é uma ave noturna que possui um folclore rico e superstições associadas a ele. Seu canto melancólico e misterioso, que se assemelha a lamentos, é frequentemente ligado a presságios e histórias tristes, Em muitas culturas da América do Sul, o urutau é visto como um símbolo de tristeza e luto, e seu canto é associado a maus presságios, Uma das lendas mais comuns narra a história de uma jovem indígena que, impedida de viver um amor proibido, foge e se transforma em urutau, chorando a perda do amado, Outra lenda conta sobre um bebê abandonado na floresta para proteger a comunidade de uma doença, e seu choro se transformou no canto do urutau.
Os urutaus são um grupo de aves noturnas restritas aos Neotrópicos da América do Sul, que pertencem ao gênero Nyctibius, da família Nyctibiidae e ordem Nyctibiiformes. Também são chamados de mãe-da-lua e emenda-toco. Conhece-se um fóssil de Nyctibius griseus do Pleistoceno de Lapa da Escrivaninha, Lagoa Santa, Minas Gerais. Os urutaus são aves de hábitos noturnos. A alimentação dessas espécies é constituída basicamente de insetos que apanham em pleno voo, porém podem se alimentar também de outros animais de pequeno porte, como morcegos, lagartos e pequenos pássaros. São aves que utilizam muito bem de suas plumagens para se camuflarem. Normalmente se passam por um pedaço de madeira, um galho de árvore ou mesmo troncos ou em pé. Costumam ficar estáticos, não se assustando facilmente. Alcança até 37 cm fora a cauda.
No Peru, mais especificamente na amazônia peruana, o Nyctibius griseus é uma ave arraigada na mitologia dos povos indígenas , onde é conhecido como “Ayaymama”, pois seu canto também lembra uma criança exclamando “ai, ai, mama!”. A lenda peruana conta que um bebê foi abandonado por sua mãe na floresta para evitar que morresse por uma peste que já havia dizimado todo o povo. Ele então se transformou em uma ave, que todas as noites lamenta por sua mãe. Há muita superstição em torno dessa ave. Algumas pessoas, por desconhecimento acabam por rejeitá-la com medo de mau agouro ou má sorte. Infelizmente, por esse motivo, muitas solicitam o seu recolhimento pela Polícia Ambiental que acaba depositando-as em centros de triagem.